terça-feira, 29 de setembro de 2015

MAIS DE 6,5 MIL PESSOAS MORREM POR ANO VITIMAS DE ANEURISMA NO BRASIL


Cerca de 6,5 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por aneurisma. O maior número está na Região Sudeste. Dados do Ministério da Saúde indicam que em 2010 foram 6.680 óbitos, dos quais 4.016 no Sudeste, seguido do Sul do país, com 1.063 registros. Centro-Oeste e Norte tiverem os menores números, com 456 e 168, respectivamente. Nos anos anteriores, 2009 e 2008, o Brasil registrou 6.419 e 6.413 mortes.

O problema é caracterizado por um enfraquecimento da parede arterial ou de uma sobrecarga dela. A dilatação localizada e permanente da artéria é considerada um aneurisma quando é maior do que 50% do seu diâmetro normal.  


 Os tipos mais comuns são o aneurisma cerebral, o da aorta abdominal e o da aorta torácica. Há algumas doenças que predispõem a formação dos aneurismas, como rins policísticos, coarctação de aorta e displasia fibromuscular, e são raros os casos congênitos. Segundo especialistas, um dos principais fatores de risco para o surgimento do problema é o fumo, mas há outros, como o consumo abusivo de álcool e drogas como a cocaína. Outro dado é que mais de 50% dos pacientes com aneurisma são hipertensos.

No caso dos aneurismas cerebrais, um dos tratamentos que vêm ganhando espaço na medicina é a cirurgia endovascular, por ser considerada menos invasiva que a convencional aberta, quando é feita a abertura no crânio. “Esse tratamento vem sendo cada vez mais usado e estudos mostram que ele é bastante eficaz, com menor risco em relação à cirurgia aberta, principalmente nos casos de aneurisma roto (hemorragia cerebral).


 Os materiais para tratamento endovascular têm evoluído constantemente, como as micromolas (de diferentes formas e tamanhos), stents, microcateteres e microguias”, explica o neurocirurgião endovascular Francisco de Lucca Jr.

Quando o médico opta pela cirurgia convencional, ele abre o crânio do paciente, localizando e expondo o aneurisma. Na sequência, o exclui com um pequeno pregador que se chama clipe cirúrgico. No caso da cirurgia endovascular, ou embolização, a oclusão do aneurisma se dá por meio de um catéter.


 Nesse caso não há abertura do crânio, pois a cirurgia é realizada na maioria das vezes pela virilha (por meio da artéria femoral). Um catéter passa pelas artérias até chegar ao interior do aneurisma. Daí são injetados espirais chamados de coils (micromolas, na tradução do inglês), que permanecem no interior do aneurisma, diminuindo a circulação e pressão do sangue por ali.

O aneurisma cerebral é a dilatação anormal das artérias do cérebro, principalmente nas que existem na base dele. “O aneurisma se origina quando ocorre um defeito na parede da artéria. O quadro clínico típico é uma dor de cabeça súbita e extremamente forte. Isso ocorre porque a dilatação progressiva do aneurisma vai deixando a parede cada vez mais fina, até que ela não resiste e se rompe. Esses casos são extremos e muitas vezes levam à morte”, acrescenta o neurocirurgião Lucca Jr.

Além de dor de cabeça, a pessoa pode ter alterações de consciência, desorientação, crise convulsiva, paralisias e coma. Nos casos dos aneurismas que não romperam, a maioria deles é assintomático, podendo ocorrer dor de cabeça localizada, compressão de nervos oculares, levando a alterações da visão, estrabismo e visão dupla. No caso de um aneurisma grande, os distúrbios relatados são de sensibilidade e comprometimento de movimentos da pessoa.

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